Entrevista: Kássia Monteiro

Michael Rios
23 de out. de 2018
2 min de leitura

Atualizado: 30 de mai. de 2019

Escritora fala sobre trajetória na literatura fantástica e dá dicas sobre como

publicar o primeiro livro

Natural do Rio de Janeiro, Kássia Monteiro, 28 anos, chegou a Brasília em 1999. O interesse pela escrita vem desde a infância, quando consumia literatura policial, sendo até hoje grande fã de Agatha Christie, em especial do livro E não sobrou nenhum.

Em 2009, a autora publicou o primeiro conto, na antologia Beco do Crime, lançada na Bienal do livro do Rio de Janeiro. Pouco depois, começou a se aventurar por outros gêneros, como ficção científica e fantasia.

O romance de estreia de Kássia Monteiro, Soberana – a ascensão da Rainha de Marte, é inspirado no clássico Senhora, de José de Alencar, e conta a história de uma mulher nobre que deve entender seu papel na sociedade enquanto lida com fortes sentimentos. Tudo isso entre lutas sangrentas e uma viagem a um ambiente fantástico, regado pelo humor ácido da autora.

A obra foi escrita a convite da Editora Draco, especializada em autores nacionais de literatura fantástica, ficção científica, ficção especulativa e histórias em quadrinhos. “Eu havia publicado dois contos com a Draco: Capeta, na antologia Dragões, e Amor nos tempos da Artrose, na série Amores Proibidos. Eles gostaram do meu texto e me convidaram para participar de um projeto que adaptaria clássicos da literatura brasileira para o público de fantasia e ficção científica. Recebi uma lista de obras para escolher e imediatamente quis trabalhar com Senhora, porque sabia que a história era interessante”, disse a escritora.

Segundo Kássia, por trás da roupagem fantástica, Soberana discute questões presentes e passadas da nossa sociedade. “A obra traz metáforas para o nosso mundo. Quando os humanos de Marte dão cobertores com sal para as outras raças, a fim de exterminá-las, por exemplo. Os colonizadores brancos da nossa realidade fizeram a mesma coisa com os índios, porém com doenças em vez de sal”, relembra. Já a ideia de colocar Marte como palco central da trama veio de um atlas que Kássia tinha quando criança, que mostrava o planisfério do planeta, com todos os nomes da geografia marciana.

Escrita e o universo on-line

Com publicações voltadas para o público jovem, não poderia faltar o contato da escritora com o ambiente virtual. Além do blog Kássia Monteiro, existe o canal homônimo no YouTube, em que são apresentadas dicas para escritores iniciantes e entrevistas com escritores nacionais. “Faço tudo sozinha, escolho as pautas, monto o cenário e muita coisa sai no improviso”, confessa a autora.

"Acho problemático quem tem apenas página no Facebook. Acredito que todos devem ter um site ou blog, porque seu conteúdo precisa ser facilmente encontrado na internet, mesmo por quem não está em uma ou outra rede social", conclui.

Um dos temas debatidos no canal do YouTube da Kássia é o que fazer na hora de publicar um livro, que inclui dicas e expõe os principais problemas que recém lançados na carreira de escritor podem enfrentar. Confira o vídeo completo sobre o assunto abaixo: