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Livros para quem não gosta de ler (e para quem gosta também)

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • 16 de mai. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de mai. de 2019

Todo mundo gosta de ler. Essa afirmação pode parecer polêmica, ou exagerada, mas minha breve experiência me mostrou que é verdade, e eu aceito o desafio de provar. Há sempre uma leitura para cada leitor retraído: quadrinhos, mangá, romances eróticos vendidos em bancas de revista, guias de autoajuda, manual de ferramentas, a Bíblia. Há quem diga que essa não é a espécie de leitura que vale. A meu ver, uma bobagem sem tamanho. Todo mundo que lê, ou que gosta de ler, começou em algum lugar.


No meu caso, o lugar foram materiais da escola, na primeira série do ensino fundamental. Não cresci em um lar com livros, propriamente. Meu interesse pela literatura foi independente e alimentado por conta própria. Ainda assim, foi pela minha própria família – e conhecidos – que me veio a teoria de que todo mundo pode ser afeito à leitura, desde que encontre o livro certo.


Nada de indicar Machado de Assis e Clarice Lispector, minha gente. Se alguém honestamente gostaria de alimentar o hábito da leitura e pede uma indicação, eu sugiro que procurem saber o gosto pessoal e o perfil de interesses de quem o solicita, para evitar a possibilidade de trauma (nada contra Machado e Clarice, evidentemente, mas não é uma literatura para iniciantes. E tenho dito).

Abaixo, uma pequena lista de títulos que, por indicações prévias, comprovadamente funcionaram com os meus:


Presos que menstruam e Eu, Travesti


Para quem não gosta de ler, mas quer começar, a não-ficção pode ser uma boa porta de entrada. Pessoas que se interessam por assuntos sociais e gostam mesmo é de uma boa pitada de realidade adoram livros bem escritos sobre coisas que de fato aconteceram. Minha indicação, neste caso, são os livros Presos que menstruam e Eu, Travesti, da queridíssima Nana Queiroz, ambos publicados pela Editora Record. Nana, para quem não sabe, é uma jornalista, feminista e escritora cuja sensibilidade às vezes não cabe em palavras e estoura em forma de grandeza. Presos que menstruam é um livro-reportagem maravilhoso e lindo sobre a vida das mulheres no sistema carcerário brasileiro. Tão bom que me fez chorar e até minha irmã, dessas que odeiam ler, leu. Eu, Travesti, por outro lado, é a biografia de Luísa Marilac (aquela, dos bons drinks), que tive o privilégio de ler antes do lançamento. Com a mesma sensibilidade, Luísa e Nana costuram uma história digna de ser devorada até pelos mais reticentes, sem deixar de lado as durezas do cotidiano das travestis e transexuais brasileiras.



A Máquina, Adriana Falcão


Curto, poético, envolvente, esse pequeno grande romance é uma literatura perfeita para iniciantes. A história é simples: enamorado de uma moça que pretende seguir para a cidade grande, um prosaico jovem de uma cidade do interior promete construir uma Máquina do Tempo para conquistá-la de vez. Uma prosa suave, poética, com um grande final. Se a pessoa não gostar desse livro, pode mandar internar.



Maus, Art Spiegelman


Nesta dica aqui, estendo o tema a revistas em quadrinhos e graphic novels em geral. Um suporte diferente (com figuras!) pode fisgar o leitor distraído. Maus é uma graphic novel premiada e tão incrível que li em um dia. O autor é filho de um judeu que viveu o holocausto de perto e quase morreu em um campo de extermínio na Alemanha. O livro retrata os judeus como ratos, os nazistas como gatos e os poloneses como porcos. É, em suma, a história do pai de Art. Ao mesmo tempo em que narra os horrores do extermínio e do anti-semitismo, também confronta a relação atual do artista com seu pai, a depressão oriunda do trabalho e os traumas do holocausto como um todo. In-crí-vel.


Série Harry Potter



Não importa se o seu aspirante a leitor for um adulto, Harry Potter é uma história envolvente demais para ficar de fora. Se a pessoa tiver um perfil afeito à fantasia, não recomendo outra leitura senão esta. Não vou nem me alongar aqui.





Audiolivros


A última dica é de algo que eu, falando com franqueza, não conheço muito bem: os audiolivros. Sim, muitas pessoas até se interessam pela literatura e a ficção, mas têm uma dificuldade latente com a leitura em si. A solução podem ser os livros narrados, que ganham força com novas plataformas e uma roupagem muito adequada aos tempos de Netflix. Vale procurar as opções disponíveis.




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