Não entre em pânico, eu tenho uma toalha: o dia do orgulho nerd
- Redação

- 25 de mai. de 2019
- 6 min de leitura
Atualizado: 30 de mai. de 2019
Acredito que não haja ocasião melhor para começar a coluna geek do que hoje, 25 de maio, o Dia do Orgulho Nerd, mais conhecido como Dia da Toalha. Para quem ainda está perdido sobre o porquê de “Dia da Toalha”, eis a explicação: há uma famosa série de livros intitulada O guia do mochileiro das galáxias [link], de Douglas Adam, na qual conta que a toalha é um dos objetos mais úteis do universo. Por isso, esse dia é também dedicado aos fãs dessa série.
Inclusive, a frase “Não entre em pânico” ou, no original, “Don’t panic” também é uma frase célebre da série literária. Todavia, esse dia de comemoração engloba todos os nerds, e quando digo todos, refiro-me a tudo que pode ser considerado nerd atualmente. Foi-se o tempo em que ser nerd significava uma pessoa que ficava atolada nos estudos e de quem os outros só se lembravam nas épocas de prova e trabalho em grupo.
Por sinal, fui vista como uma dessas nerds (mas a verdade é que eu só ia às aulas e fazia o dever de casa como todos ali). Deixem-me contar uma história sobre mim: Devido a uma benção divina, junto com muitos anos aprendendo a forma certa de estudar com minha mãe, eu tirava notas altas o suficiente para que todas as turmas pelas quais eu passei me considerarem a nerd “clássica”.
Bem, eu sou definitivamente filha de uma nerd clássica. Minha mãe adora estudar e era a aluna de referência na escola e, por um milagre de bom senso, nunca sofreu bullying por isso, pelo contrário! Ela aprendeu todas as vantagens que se tinha ao se dedicar aos estudos por conseguir admiração de professores e colegas de classe e, quando teve uma filha (no caso eu), passou seu legado para frente.
Ela sempre me ensinou que eu deveria ser a melhor aluna e tirar as melhores notas, que cá entre nós gerava uma certa pressão no começo, mas depois se tornou hábito. Ao menos até eu chegar no último ano da faculdade, mas essa é outra história. O ponto é: eu era extremamente dedicada a tirar boas notas e sempre fui ensinada que ser a mais inteligente, ou seja, ser nerd, era uma coisa ótima. Significava que as pessoas viam em você uma inteligência superior.
Pode parecer prepotente, mas foi isso que me fez ter orgulho em ser nerd e definitivamente virar um possível bullying ao meu favor. É claro que eu fui chamada de nerd e Cabeça De Ferro (CDF) na escola, a ponto de a professora ver e ficar preocupada, mas a minha resposta sempre era a mesma “você só está dizendo que me acha mais inteligente que você, então obrigada, devo ser mesmo”. Imaginem uma criança de 10 anos falando isso. #Tapanacaradasociedade.

Enfim, eu cresci pensando que ser nerd era algo para se orgulhar e, a medida que os anos foram passando, meu nível na escala nerd só aumentava. Eu adorava desenhos de super-heróis, passei a amar animes também, ouvia k-pop, jogava videogame, lia livros a quase todo momento... E ainda tirava notas boas. E olhar os dias atuais e ver que todos esses hobbies são considerados coisas nerds continua me enchendo de orgulho de ser quem eu sou.
E é sobre isso que acredito que esse dia seja, você olhar para as coisas que você ama e, mesmo que seja chamado de gamer, otaku, nerd ou mesmo louco, continuar fazendo todas essas coisas e amando cada momento que passa praticando esse hobby. Hoje é um dia para lembrar que devemos sempre erguer nossas toalhas e gritar com toda força “eu me orgulho de ser o/a nerd que sou!”
E para celebrar esse dia, resolvi deixar aqui a lista das coisas nerds que foram as mais marcantes na minha vida. Caso se interesse por alguma delas, eu vou deixar um link que vai te levar exatamente para a terra prometida onde poderá encontra-las.
Do meu lado leitora, meu primeiro livro de “adulto”:
Desde que comecei a ler sozinha, minha mãe me encheu de livros, porém lembro como ontem quando pedi um livro de “adulto”. Basicamente, o que eu procurava era um livro que contasse a história sem imagens e, na nossa ida anual à feira do livro, fui apresentada a Thalita Rebouças. Entre a difícil decisão entre Fala sério, mãe! e Fala sério, professor!, a crônica Minha professora de ciências não menstrua, em um momento que eu estava tendo problemas com a minha professora de ciências, tornou a decisão clara. Nos anos seguintes, todos os livros da série Fala sério iriam habitar na minha estante.
Do meu lado gamer, um jogo viciante:

Por volta dos meus oito anos de idade, a moda do momento era o laptop da Xuxa e, claro, eu fiquei enlouquecida por um. Minha mãe, iluminada pelo cosmo, quando foi comprar o meu presente de natal trocou facilmente o laptop por um muito mais barato Master System III collection com incríveis 72 jogos na memória. E foi assim que as minhas noites de insônia se tornaram mais divertidas, jogando, principalmente, Sonic the hedgehog. Ainda tenho gana de derrotar o último Robotnik! Claramente esse videogame virou história, mas a TecToy lançou uma versão “nostalgia” do console e, claramente, o jogo do Sonic foi um dos clássicos incluídos na memória. Por sinal, hoje está em promoção, então eu acho válido aproveitar.
Do lado otaku, um anime/mangá marcante:

Ainda que não tenha sido o primeiro, o anime Pretty Guardian Sailor Moon foi de longe o mais marcante na minha vida. Acompanhando todos os episódios dublados em espanhol, após ter que fazer o mesmo com Ranma ½ após o fim do Otacrazy (descanse em paz), não consegui parar no anime. Eu tive que ler o mangá, ver os filmes, assistir ao live action e ver clipes feitos por fãs com músicas várias que iam de Sandy e Júnior a Backstreet Boys. E graças a JBC, todos os mangás foram lançadas em uma edição lindíssima de luxo em português. Vou deixar aqui o link para o box com os primeiros volumes.
Do lado fã de K-POP, o primeiro grupo:

Pegando a máquina do tempo e voltando para os meus quinze anos, nessa onda de ficar procurando músicas de anime, eu caí de paraquedas no mundo do K-POP e seus clipes cheio de pessoas dançando maravilhosamente bem. E tudo isso começou com Girls’ Generation. Por isso, vou deixar a música que mais ouvia, com a dança que eu mais gostava e (só e somente) tentava imitar a coreografia: Gee.
Para inteirá-los, principalmente aqueles que não entendem coreano (como eu), fontes seguras (tradução da música na internet) informam que a letra é sobre os sentimentos de uma garota com o seu primeiro amor.
Do lado jogadora de RPG de mesa, a primeiro sistema:

Desde a primeira vez que ouvi sobre RPG de mesa, no final do meu ensino fundamental, eu tive vontade de jogar. Infelizmente, não era uma prática comum entre as pessoas que eu conhecia, e por isso passei anos vagando em busca da minha primeira aventura. E isso ocorreu no ensino médio, bem por acaso, quando fui apresentada ao Dungeons n’ Dragons, o famoso D&D. Na época (que não faz tanto tempo assim) comecei jogando com o D&D 3.5, que não é a versão mais recente e nem a melhor de se jogar, mas quando de fala desse sistema, se fala sobre fãs e cada um vai gostar de uma versão por seus próprios motivos.
Eu tive, felizmente, a oportunidade de jogar em outras versões do sistema e com sistemas diferentes, e peço desculpas para os fãs de D&D, porque mesmo sendo maravilhoso jogar com ele, existem sistemas mais fáceis para os iniciantes. Bem mais fáceis. E igualmente divertidos.
Todavia, para quem quiser entender melhor o que eu estou falando, e souber inglês, vou deixar a versão que eu consegui encontrar do Livro do Jogador (Player’s Handbook), à venda, mas se derem uma procurada, é possível achar o livro em português online. #Ficaadica
Do meu lado nerd de super-heróis, uma heroína incrível:

Admito que, mesmo amando o desenho da Liga da Justiça, não perdendo um episódio e acompanhando a história, por motivos bem pessoais só recentemente que comecei a acompanhar de fato os filmes lançados. Isso não me impedia de ver os filmes dos meus heróis favoritos (ou os favoritos da minha família), mas ainda assim, o mais marcante eu vi bem recentemente.
Se você ainda não viu o filme da Mulher Maravilha, corra para ver. Aqui não tem essa rixa de Marvel vs DC, eu gosto de ambos os universos e esse filme é fantástico! Mas caso você seja o fã que gosta mais de quadrinhos, vou deixar uma indicação arriscada, que ainda não li, mas me deixou incrivelmente curiosa, tanto pela sinopse quanto pela arte da capa: Mulher Maravilha: Direito de Nascença.
Do meu lado nerd clássica, minha disciplina favorita:

Como o texto começa falando sobre minha relação com a escola, não tem como terminar de forma melhor essa lista. Eu amava Literatura. Sempre tive excelentes professores/as de Gramática, Redação e Literatura durante minhas séries escolares e só aumentou minha paixão pela leitura. Ainda que eu duvide muito que alguém queira uma indicação do tipo, vou deixar o link para o meu livro do ensino médio, Literatura Brasileira: tempos, leitores e leitura, por ter sido um livro que me acompanhou em aulas marcantes desse período.
Gente, é impossível colocar em uma única lista todas as coisas nerds que eu gosto, então eu devo ter deixado algo para trás, mas caso queiram a parte dois dessa lista, basta pedir nos comentários e nas nossas redes sociais. E com essas dicas que encerro a primeira coluna geek do QL. Espero que tenham gostado e contem para a gente: Do que você se orgulha nesse dia da toalha?







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